Sem Pena:
 
A sinopse de Sem Pena informa que este documentário aborda a questão do sistema carcerário brasileiro, com seus preconceitos, limitações e desafios. A maior surpresa diante desta obra é o fato de não mostrar as pessoas que prestam depoimentos ao filme. Não que elas apareçam com algum tipo de distorção da imagem sobre o rosto, para proteger sua identidade. Enquanto os entrevistados (detentos, juízes, filósofos) falam sobre a sua visão da prisão e suas experiências com o tema, o diretor busca analogias mais ou menos diretas à questão, como a fachada de prédios públicos, estátuas com símbolos de liberdade, tribunais etc. Desfilam pela tela dezenas de imagens de corredores de prisões, mas Sem Pena opta por tornar o debate intelectual, cerebral. A intenção nunca é comover o espectador através das histórias de abusos e injustiças, e sim fazê-lo pensar, ativamente.


Carandiru: um médico depara-se, no maior presídio da América Latina, com problemas gravíssimos: superlotação, instalações precárias, doenças como tuberculose, leptospirose, caquexia, além de pré-epidemia de aids. Os encarcerados lamentam, além da falta de assistência médica, de assistência jurídica. O Carandiru, com seus mais de sete mil detentos, constitui-se em grande desafio para o doutor recém-chegado. Mas bastam alguns meses de convivência para que ele perceba algo que o transformará: mesmo vivendo situação-limite, os internos continuam sendo seres humanos. No convívio com os presos que visitam seu improvisado consultório, o médico testemunha solidariedade, organização e, acima de tudo, grande disposição de viver.
A narrativa do filme arma-se como um quebra-cabeça. Uma história encaixa-se na outra para formar painel realista da tragédia brasileira. Com o médico, o espectador acompanha os movimentos cotidianos dos presos, até a eclosão - em dois de outubro de 1992 - do mais terrível abalo da história da Casa de Detenção de São Paulo: o Massacre do Carandiru.



Tropa de elite 1: este filme, além de fazer uma crítica à corrupção da polícia carioca, também mostra a hipocrisia da classe média, representada por estudantes universitários que criticam a violência, mas, no enredo do filme - que não está longe da realidade da sociedade brasileira – estes mesmos estudantes realizam o consumo e o tráfico de drogas nas festas estudantis da própria universidade, favorecendo a violência urbana.


Tropa de Elite 2: Este filme narra fatos ocorridos nas camadas mais altas da segurança pública do Rio de Janeiro. Vemos o tal "sistema", tantas vezes mencionado no primeiro filme, se mostrando um verdadeiro ninho de cobras de todas as espécies. Com uma trama empolgante, Tropa de Elite 2 exibe o cenário da corrupção em órgãos públicos do Rio de Janeiro e no alto escalão do Congresso Nacional brasileiro. O filme deixa espaço para reflexões sobre quem é vilão nessa história: se são os milicianos, a polícia corrupta, os políticos, a mídia, a população que aceita tudo ou todos os eleitores que não valorizam o seu voto.





Bicho de sete cabeças: este filme mostra a situação atual dos hospitais psiquiátricos públicos, repletos de abusos e com pouquíssimo investimento na recuperação dos internos, chocando o espectador e criando uma reflexão sobre este problema, pouco comentado pela mídia e pela imprensa. O tratamento nestes estabelecimento é baseado somente na internação, ou seja, a exclusão do paciente da sociedade. Alguns métodos desumanos são evidenciados no filme, como medicamentos fortíssimos, onde muitos pacientes ficavam em estado vegetativo e sem pensamentos, produzindo alucinações, além de pacientes serem trancafiados, a exemplos do personagem que é preso por dias seguidos num cubículo escuro e fétido. Muitos sofrem agressões físicas, além dos choques elétricos: práticas comuns em tais ambientes.


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